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As comparações e os pitacos da esfera maternal

  • Andréia Veras
  • 18 de nov. de 2015
  • 5 min de leitura

Queria aqui “tentar” desavessar o quanto é inconveniente as insistentes comparações e pitacos que as mamães ouvem, sejam eles diretos ou indiretos, sem intenção de magoar, ou não!

Esses dias recebi um e-mail de uma mamãe-amiga que passou os primeiros anos cuidando de sua filha em tempo integral. O pai/esposo passava boa parte do tempo/dias trabalhando e ela aprendeu muita coisa sozinha, em como cuidar de sua bebê desde o início. Hoje sua filha tem seus 7-8 anos e essa mamãe teve a oportunidade de voltar ao mercado de trabalho. E ela ouviu o seguinte (e muito infeliz) pitaco:

"tem tantas mães que queriam o privilégio de não trabalhar para ficar com seus filhos".

Então ela respirou e agradeceu a Deus pelo o tempo integral que dedicou a sua filha, e que hoje mesmo trabalhando e conciliando a maternidade, agradece também pelo trabalho (que enobrece o homem) e que ela não deixou de amar a filha, de cuidar, nem é menos mãe por essa decisão.


Assim como ela, eu também aprendi muita coisa no desenrolar dos primeiros meses. Na verdade, ninguém consegue dimensionar o que uma mãe em tempo integral (de muitas viagens ou não) passa a optar ou por força da situação (não ter com quem deixar – meu caso) cuidar exclusivamente de seu(s) filho(s). Hoje, tudo que eu e minha filha aprendemos juntas, entendo perfeitamente porque fomos só nós duas maior parte do tempo, e o papai quando estava conosco em casa.

Eu acredito que foi melhor assim?! Não sei.

Talvez muitas pessoas discordem, mas eu acredito que os primeiros meses do bebê devem ser só entre os papais e ele (no sentido dos cuidados). A ajuda do meu esposo era tudo que eu precisava, nós dois aprendendo juntos com a Mel, conhecendo-a em cada situação. Lembro perfeitamente das vezes que ele saia para trabalhar, e só ficava eu e ela. Mas quando ele chegava, parecia Jesus Cristo entrando pela porta – kkkkkkkkkkkkkkkkkk. (alívio)

Ter a ajuda com o bebê recém-nascido nos primeiros dias talvez só atrapalhe. Creio que conhecer o bebê e como mãe se conhecer neste momento, de fato só acontece VIVENCIANDO NA PRÁTICA. E uma terceira ou quarta pessoa presente, a mãe talvez não se sinta tão a vontade para enfrentar seus medos, fazendo calar um pouco isso, já que após o parto nossos hormônios são grandemente afetados, desordenados, e seja o corte do parto normal ou cesariana, eu costumo brincar que se fazem esses cortes e além destes, fazem essa abertura do canal lacrimal também (e esquecem de fechar, só pode!!!!! kkkkkkkkk).

Se a mãe faz calar o instinto materno, talvez por medo de não conseguir dá conta, ou não saber como proceder em uma situação, esse instinto não tem como revelar a ela que mesmo sendo mãe de primeira viagem e sem experiência de nada, ela tem capacidade de cuidar desse serzinho como qualquer mamãe de um ou mais filhos.

Essa coisa de instinto materno é algo muito forte! Certa vez uma prima me disse que o coração de mãe é algo indubitável:

Ouça seu coração de mãe, ele é forte e sempre te conduz a decidir o melhor para sua filha!”


Ter ajuda não é ruim. Eu acredito que se tivesse tido ajuda na divisão dos cuidados com minha filha, depois eu poderia penar para me adaptar sozinha com ela. AGORA, ajuda para as tarefas domésticas é uma maravilha mesmo. Eu tive a grandiosa ajuda de minha mãe nos primeiros 15 dias, ela vinha diariamente. Mas após esse período, eu passei a fazer tudo. Não me perguntem como, mas a necessidade falou mais alto e eu consegui, e não teve nada com a cirurgia, graças a Deus. Mas ter uma pessoa para fazer as tarefas de sua casa, além de a mamãe descansar enquanto o bebê dorme, ela também é 100% dele e tem o privilégio de curtir mais, sem está tão cansada e com sono (já que do contrário quando o bebê dorme, a mãe corre para tentar fazer as tarefas domésticas- meu caso até hoje), tem tempo para se cuidar e ter uma qualidade de vida melhor.


Eu não consigo delegar uma pessoa para fazer meu papel, nem quando minha filha tinha dias de nascida, nem agora (caso voltasse a trabalhar), e acredito que nem futuramente. (minha visão HOJE)

Entendo perfeitamente as mães que voltam a trabalhar e pagam uma pessoa para cuidar de seu(s) filho(s), ou delegam os cuidados para uma pessoa próxima, ou colocam em uma creche. Mas eu HOJE, não me vejo fazendo isso. Eu só me vejo cuidando dela e sendo 100% para ela, acompanhar todo seu desenvolvimento.

Trabalhar?? Sim, e quem não precisa?! Principalmente para a maioria da classe social brasileira pagando por uma inflação que come até seu fio de cabelo. Mas HOJE, eu e meu esposo embora saibamos que precisamos sim de uma renda a mais na família, decidimos que eu seria 100% para Mel e os cuidados da casa.

Mas vira e mexe alguém me questiona:

E você cuida dela?” – Você também já foi questionada por isso???!!!

E você cuida de seu(s) filho(s) e da casa?! “

A questão não é DECIDIR CUIDAR INTEGRALMENTE de um filho, a grande questão é o infeliz adjetivo que a pessoa coloca na frase e ainda faz cara de que a mãe não tem ocupação nenhuma!!! Paciência chega aqui!!!

As pessoas não sabem de nada da realidade de uma mãe, suas decisões, não entendem nada do assunto ou que já se esqueceram, e se sentem doutorandas em uma função que não lhes pertence: cuidar de seu filho.

Certa vez eu disse que ninguém me ensinou o que sei hoje sobre minha filha (conheço –a de A a Z). Foi no dia a dia, muitas vezes só eu e ela nos braços que aprendi tudo que sei. Quando por tantas vezes quase perdia a força e jurava que não conseguia chegar ao outro dia – e chegava pela GRAÇA de DEUS.


Um filho requer muito de uma mãe em tempo integral.

Requer esforço físico, emocional, psicológico, espiritual.

E o SÓ CUIDAR de um filho, dedicando-lhe 100% de si nesse quadripé, infelizmente ainda tem gente que acha pouco. Daí a mãe que era 100% integral, sente o TEMPO OPORTUNO de trabalhar e os infelizes pitacos, das mesmas pessoas que pitacaram que o “só ser mãe” era pouco, colocam a mãe no madeiro e a crucificam pela decisão, como se ela estivesse abandonando o filho, ou sei lá o quê. Paciência chega aqui de novo!!!


Tenho aprendido em meio a tudo isso que a mãe 100% integral é criticada, a que volta a trabalhar também, e até aquela que ainda não é nem mãe também é, por incrível que pareça.

Ninguém está entre as quatro paredes para ver o que passamos. Ser mãe tem seus privilégios e oportunidades. Há quem pague para não ser mãe em tempo integral e poder ter "asas" fora da casa e da maternidade. Há aquelas que gastam e se deixam desgastar por este maravilhoso e misterioso dom de cuidar EM TUDO. Há aquelas que conseguem com muita classe e esforço conciliar maternidade, trabalho, casa e marido.


Mãe em tempo integral é mãe.

Mãe que trabalha fora de casa e concilia a maternidade, também é mãe.


Infelizmente as pessoas não respeitam esse universo na vida da mulher. Que ela sabe o melhor momento para ser mãe integral, para ser meio integral ou integral nenhuma.



 
 
 

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